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ODS 14

Olá, navegante! Como tem enfrentado esse momento? Desejo-lhe muita coragem e muita força. E lembre-se: fique em casa, se puder.

Hoje é dia de comentar um pouquinho sobre um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estipulados pela ONU, para a Agenda 2030. E, para isso, escolhi o ODS 14: Vida na água. A ideia é dar uma olhada na definição deste objetivo e entender como está o levantamento dos indicadores para as metas determinadas. Tentei gerar um brevíssimo panorama deste ODS num post que acabo de publicar no perfil do Instagram. De maneira que deixo aqui o link para que você possa visitar o post, comentar e curtir.

Por hoje, neste domingo de muita preguiça, é isso, navegante. Fico por aqui.

Um abraço gigante e excelentes navegações.

Rô.

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Oceanografia & afins, ODS e a Década dos Oceanos

Olá, navegante! Este é o primeiro post de 2021, abrindo a série temática Década dos Oceanos (2021-2030) que, como comentei no último post, será o tema da primeira semana de cada mês. E para tratarmos desse tema, é essencial que entendamos o que significa entrarmos nesta década.

A Década das Nações Unidas de Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, ou simplesmente Década dos Oceanos, foi instituída pela ONU, com a intenção de sensibilizar e convocar os países a implementarem o plano da Agenda 2030.

O primeiro passo que podemos dar nesta década, enquanto navegantes que somos, pessoas certamente preocupadas com os rumos do mundo, é conhecer mais de perto os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), apresentados na Agenda 2030, de maneira a identificar o que cada um pode fazer, dentro do seu campo de atuação. E um bom lugar para dar início a essa empreitada é o site Plataforma Agenda 2030. Lá, você pode começar assistindo a um vídeo bem bacaninha, que explica de maneira didática o que é a Agenda 2030 e as razões de ser desse plano. Pode também ler sobre a forma como os ODS conversam entre si, além de encontrar relatórios e outras publicações disponíveis.

Em junho de 2020, fiz um post aqui sobre a Agenda 2030. Nesse post, compartilhei com você qual o meu plano, a minha agenda para a década. Elenquei alguns itens que, a meu ver, estão dentro daquilo que posso fazer. São ações que, talvez, pareçam pequenas e de curto alcance mas que, penso eu, correspondem apenas às minhas primeiras ações, minhas primeiras milhas navegadas nesse oceano imenso de possibilidades.

E você, já elaborou sua agenda de ações? Compartilhe com a gente. Vamos conversar sobre isso.

É preciso divulgar. Conhecer os problemas, identificar soluções e encontrar a nossa maneira de contribuir para o mundo que queremos.

Grande abraço e excelentes navegações.

Rô.

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STO e Festa Virtual do Livro

Olá, navegante! Como você tem passado este ano tão peculiar? Espero que esteja sobrevivendo e mantendo seu diário de bordo (com ideias, planos, desabafos, de tudo um pouco e sem frescuras – pode juntar uns palavrões também, faz parte). E se está por aqui, acredito que esteja em busca de algo oceanográfico pra deixar seu dia mais azul – ou talvez tenha vindo pela boa conversa e pelo café, pode dizer. 😉

Apesar da minha baixa frequência por aqui este mês, não posso deixar de mencionar as datas selecionadas, que acabaram recebendo apenas um lembrete singelo no Instagram (não! não estou trocando o blog pelo Instagram, amo este cantinho, juro!):

19.10: Aniversário de Walter Heinrich Munk

24.10: Fundação da Organização das Nações Unidas (e aniversário da minha irmã Raquel, maravilhosa!)

E no espírito dos ODS, da Agenda 2030 (de que já falei AQUI) da ONU, aproveito para divulgar a Semana Temática da Oceanografia (divulgação em prol do ODS 4: educação de qualidade), que acontecerá online, de 9.11.20 a 13.11.20, e que está com inscrições abertas para oficinas e minicursos (confira AQUI).

E para aqueles que estavam tristes pensando que este ano ficaríamos sem a Festa do Livro da USP, podem sorrir, porque teremos a Festa Virtual do Livro da USP 2020! Lembrete mais do que conveniente, afinal, dia 29.10 celebramos o Dia do Livro, navegante. Então, aproveite.

Vou ficando por aqui.

Um grande abraço e excelentes navegações.

Rô.

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Agenda 2030

Olá, navegante! O inverno chegou por aqui. Como uma amante do frio (e das cobertas e edredons), estou muito contente com o tempo que está fazendo. Pra mim, esse tempo pede um certo recolhimento, mas também me deixa animada para organizar minhas atividades. E, dentre elas, está a minha agenda 2030.

Se você volta e meia faz uma visita aqui no blog, já deve ter lido algo sobre a Agenda 2030. Em 2017, a ONU declarou a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, que tem sido chamada de Década dos Oceanos. Foi, então, elaborada a Agenda 2030, uma espécie de plano de ação, em que constam 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e 169 metas. Esses objetivos e metas expressam a ambição dos países concordantes em atuar para a diminuição da desigualdade, extinção da fome, para o controle das mudanças climáticas, distribuição de água e proteção dos oceanos, entre outras preocupações – todas tendo em vista um mundo melhor e, como não poderia deixar de ser, apoiadas nos direitos humanos. Uma visão que, ainda que possa parecer utópica para alguns, bem poderia ser a visão de todos, todos os dias, em todos os âmbitos de nossas vidas. Infelizmente, os últimos anos não têm sido muito animadores, seja no Brasil seja em outros países (o atual presidente de nosso país, por exemplo, vetou, no finalzinho do ano passado, as metas da ONU, no PPA, plano plurianual. Se quiser ler a notícia, clique AQUI). As decisões políticas totalitaristas que vêm ganhando espaço no cenário mundial acabam por jogar um balde de água fria nos ânimos – e água não se desperdiça! Não podemos, porém, deixar arrefecer nossa vontade de termos um mundo melhor. Sejamos esse mundo melhor.

Pensando nisso, decidi elaborar uma espécie de agenda prática, para me colocar em ação nesta Década dos Oceanos. Para isso, parti dos ODS estipulados no plano da ONU e que são os seguintes (se quiser ler o documento com todos os 17 ODS e 169 metas, clique AQUI):

Esses objetivos dependem, em grande medida, da ação de políticas nacionais. Se dermos uma olhada nas metas associadas ao primeiro objetivo, por exemplo, encontraremos, no item 1.3 da Agenda: “Implementar, em nível nacional, medidas e sistemas de proteção social adequados,para todos, incluindo pisos, e até 2030 atingir a cobertura substancial dos pobres e vulneráveis“. Essas “medidas e sistemas de proteção social” devem ser pensados pelos governos de cada país e aplicados nacionalmente.

Dentre esses objetivos, também é interessante observar quais estão mais intrinsecamente relacionados ao mundo da oceanografia. Os objetivos 6, 13, 14 e 15 falam, de maneira mais direta, a todos os que trabalham com os oceanos e afins.

Lendo os ODS, podemos nos sentir, de certa forma, distanciados das responsabilidades envolvidas. Afinal, que medidas poderíamos individualmente tomar para implementar sistemas de proteção social no país, não é mesmo? Mas, a verdade é que, mesmo em relação a esses itens aparentemente tão distantes da nossa alçada, temos poder de atuação. Na verdade de forma até que bem simples: votando bem, selecionando adequadamente os dirigentes do país. Precisamos estar atentos às decisões políticas atuais, para que nas próximas eleições (toc, toc, toc…) possamos eleger alguém que de fato represente a diversidade e a totalidade da nação.

E com relação a ações práticas e cotidianas? Bom, aí é que resolvi elaborar meu plano de ações para a década. Para fazer isso, tentei responder a algumas perguntas:

  • Quais os temas-chave dos ODS?
  • De que forma eu me insiro no contexto desses temas?
  • Dentro desses contextos, qual o meu raio de atuação?

Os temas podem ser resumidos, grosso modo, em: igualdade (social, de gênero, de acesso a bens e recursos), saúde e bem-estar, preservação da natureza, sustentabilidade (em diversas áreas), educação. Claro que os temas são mais desenvolvidos do que isso, existem nuances que demandariam o acréscimos de alguns itens, mas estou tentando facilitar a visualização do todo.

No meu caso, me insiro nesses contextos como cidadã brasileira, mulher e branca, como pertencente a um grupo social que tem acesso aos bens e recursos básicos e à educação. E sou consumidora numa sociedade de consumo (há quem diga que também somos commodities; vide como somos tratados por redes sociais e canais de tv, enfim…).

Identificar meu raio de atuação parece o mais difícil, porque muitas vezes nossas ações alcançam mais longe do que podemos assumir a princípio. Mas, vejamos… como cidadã, acredito que o voto seja o ponto essencial; além disso, há os pequenos deveres cotidianos, tais como respeitar os bens públicos e pagar impostos; mas como cidadã também posso me posicionar em prol do emponderamento feminino (vide ODS 5) e das minorias que precisam de espaço e voz. Reconhecer que faço parte de um grupo privilegiado, pelo simples fato de ter podido estudar tranquilamente a minha vida toda é essencial; é necessário ter essa clareza para que se possa analisar devidamente os desbalanços sociais que nos circundam; entender devidamente a função das cotas nas universidades, por exemplo, é uma das consequência de se reconhecer devidamente tais privilégios. E no que diz respeito a meu papel de consumidora, basta saber que sou responsável não apenas pelo que adquiro, mas também pelo que produzo, seja enquanto demanda, seja enquanto lixo.

Com tudo isso em mente, cheguei ao seguinte plano, minha agenda para a década:

  1. Reciclar, reduzir, reutilizar: separação do lixo, redução do consumo em geral (inclusive da ingestão de alimentos), ressignificação de objetos, uso consciente de produtos de limpeza, higiene e medicamentos;
  2. Dar suporte a produtores locais;
  3. Trabalhar para a divulgação de temas relacionados ao meio ambiente, utilizando as ferramentas de que disponho (blog e redes sociais, por exemplo);
  4. Encontrar formas de tornar o meu entorno mais sustentável: mecanismos para reuso de água, captação de energia solar, composteira, plantio de árvores;
  5. Desenvolver algum trabalho voluntário;
  6. Dançar, meditar e amar, porque acredito que somos uma combinação de corpo, mente, emoções e espírito. E acredito que estamos no mundo para sermos a melhor versão de nós mesmos;
  7. Revisar este plano anualmente.

Meu plano é bem singelo, como você pode ver. Não tenho grandes pretensões. Reconheço meus limites. E acredito verdadeiramente que podemos ser a mudança que queremos ver.

Não sei, pra ser honesta, o alcance de um plano tão limitado como o meu. Talvez você até o ache insuficiente. Será?

Se você ficou até aqui comigo, navegante, eu gostaria muito de saber sua opinião. O que você acha da Agenda 2030? Como você acredita que pode contribuir para colocar esse plano em ação? Compartilhe aqui com a gente.

Fico por aqui.

Um grande abraço e excelentes navegações.

Rô.

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Dia Mundial dos Oceanos & Dia do Oceanógrafo

Olá, navegante! Hoje é um dia especial. Além de ser o Dia Mundial (ou Internacional) dos Oceanos, hoje também é o Dia do Oceanógrafo. Este é o primeiro Dia do Oceanógrafo que celebro como oceanógrafa formada, o que me deixa muito contente.

Depois de um bom tempo sem participar de eventos voltados para assuntos do mar, tive o prazer de poder acompanhar o The Ocean Day 2020, evento online e gratuito que tem acontecido nos últimos três dias. Foram dias inteiros de painéis, abordando desde as ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), estabelecidas pelas Nações Unidas, até reflexões bastante instigantes e profundas acerca da nossa cultura do excesso.

Dentre as palavras que mais foram repetidas nestes dias, destaco educação, em especial a educação ambiental, solidariedade, responsabilidade, colaboração e comunicação. As questões voltadas para a educação ambiental enfatizaram o desafio dos educadores ambientais, principalmente no que diz respeito à linguagem e à metodologia adequadas, numa sociedade tão complexa, de tantas realidades sócio-econômicas particulares. Caminhando de mãos dadas com a educação ambiental, a partir da perspectiva da linguagem e da metodologia, destacaram-se os valores e possibilidades das artes e dos esportes, no sentido de sensibilizar as pessoas, engajá-las em questões ambientais. Tendo a questão da educação em mente, o evento trouxe a Stand Upet que realiza, junto à comunidade, oficina para a reutilização de garrafas pet, as quais são utilizadas para a confecção de pranchas. Houve mesmo uma breve oficina online para entendermos o processo de confecção dessas peças.

Quanto à questão da responsabilidade, as discussões deram muito pano pra manga. Abordaram-se, por exemplo, temas associadas à logística reversa, ou seja, o produto pensado desde sua produção até o seu fim último, seja no descarte pelo consumidor, seja na reabsorção dos resíduos pelos fabricantes, de maneira a integrar a ação de todos os atores envolvidos (fabricantes, comerciantes, consumidores). Não é possível atribuir pesos de responsabilidade iguais para todos. As diferenças culturais, sociais e econômicas precisam ser consideradas. Comentou-se, por exemplo, que diversos moradores de rua que recebem a marmita em recipientes de isopor jogam o recipiente nas ruas; fato que para pessoas que têm casa e certo grau de educação pode soar como um absurdo, para o morador de rua pode não passar de mais do mesmo, afinal, ele dorme na rua, ele come na rua, ele faz tudo na rua…enfim, a questão é mais complexa do que parece à primeira vista.

Associam-se a tudo isso os temas da solidariedade, da colaboração, da empatia. Não basta dizermos que é necessário reciclar, separar resíduos, reduzirmos o consumo etc, etc, se não olharmos para o outro e tentarmos, primeiro, compreender sua realidade. A empatia é essencial. É por meio dela que tocamos o coração do outro, para que ele possa ver e entender por si qual o seu papel e o que pode fazer.

Pensando nisso, na questão das ações, falou-se muito da relação indivíduo-coletivo. Foi dito num dos painéis que são as pessoas individualmente que precisam transformar os sistemas estabelecidos. Essa transformação precisa, contudo, ser precedida de uma transformação individual, presente nas pequenas ações que acontecem no plano do indivíduo, como a separação dos resíduos, a consciência de que é preciso reduzir, reutilizar e reciclar, para, então, se expressar por meio da ação cidadã (como, por exemplo, escolhendo governantes que tenham uma pauta preocupada com as questões ambientais; é preciso votar com consciência) e da ação social coletiva.

Muitos projetos foram apresentados, do saneamento ecológico (em que se planta orgânico, come-se saudável e os resíduos são descartados de modo a serem reutilizados como biofertilizantes, por exemplo), aos já conhecidos projetos Tamar e Baleia Jubarte; muitas mulheres participaram com voz ativa e atuante; artistas e profissionais das mais distintas áreas também tiveram seu espaço.

Tomei conhecimento de vários livros, inclusive já encomendei um deles, Sete anos em sete mares, da Barbara Veiga, ativista, fotógrafa e cineasta envolvida com ações climáticas e vida submarina. Também foi mencionado o célebre livro de Rachel Carlson, Primavera silenciosa, e o livro da professora Larissa Mies Bombardi, Atlas Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Européia, estas duas últimas obras representativas dos perigos envolvidos no uso indiscriminado de agrotóxicos.

Houve um painel voltado para a produção de documentários também. Destaco aqui Mar urbano, de Ricardo Gomes, que não apenas compartilhou um pouco de sua produção e trabalho, como também nos lembrou da importância de seguirmos nossos caminhos na vida e buscarmos ser aquilo que queremos ser. Tema, aliás, discutido noutro painel, em que os artistas Richard e Judith Selby Lang enfatizaram a importância da arte e de se fazer aquilo que nos traz alegria. Sempre importante pensar nisso. Precisamos amar o que fazemos. Isso faz diferença.

A ciência precisa andar de mãos dadas com a sociedade. Não à toa o lema da Década dos Oceanos (Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável) é o de produzir “a ciência que precisamos para o oceano que queremos”. É preciso estudar, é preciso seguir aprendendo, ampliando nossos olhares. Aliás, As Nações Unidas oferecem cursos online gratuitos e com certificado voltados para as mudanças climáticas (UN CC: e-learn).

Antes de terminar, deixo aqui uma listinha de alguns dos grupos participantes do evento e de alguns projetos que vale a pena conferir: Liga das mulheres pelos oceanos, Global Carbon Project, Projeto Garoupeta, Olhar Oceanográfico, Associação brasileira de combate ao lixo no mar, Surfguru.

E termino com uma citação de Sebastian Copeland, fotógrafo, explorador polar e ativista ambiental, que participou de um dos painéis de hoje: “We need to fall in love with our planet“.

Mas a semana dos oceanos não acabou. Todos os dias esta semana, às 16h, temos os encontros do Café com Ciência, de que falei AQUI (inclusive postei a programação e o link para inscrição. Participe!).

Grande abraço e excelentes navegações.

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